O mundo não para
ele gira
numa velocidade que lhe deixa tonta
zonza
transforma as palavras meigas
e sorridentes
por palavras duras e sem sorrisos
transforma o bom dia que pulsa como um grito
em um bom dia ameno
transforma o sonho em realidade
em uma realidade não pensada
não planejada
o futuro toma corpo
os objetivos,
missão
o dia que por muitas vezes amanheceu ensolarado
hoje acordou cinza
sem sorrisos
sem brincadeiras
a menina teve que virar
mulher
impor
reunir
ditar
estar do outro lado
que nuca imaginou ser seu
lugar frio, metódico,
impessoal
preferiria uma ciranda
uma amarelinha
entre papeis, e-mails, telefones
o dia passa
o não do pai e da mãe
numa infância tão distante
ecoa
na voz pulsante de quem
lhe cobra resultados
lhe cobra metas
A sua infância foi embora
...acho que ela não teve tempo de se despedir.
(escrito por Bruna Lugarinho)