quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Quarta feira de cinzas


Os blocos já estão na rua
As marchinhas na boca do povo
As fantasias separadas
Eu vejo nos seus olhos
Caídos, amuados
Você quer se jogar na folia
eu sinto

Não sou mais sua bailarina
A minha fantasia não te agrada mais
Ta fosca, perdeu o brilho

Entre corredores, goles, olhares
Você quer é sentir
O carnaval
A festa da carne
Nos beijos, amassos, trepadas
Pessoas desconhecidas
Ter números pra rir depois

Mas a quarta-feira de cinzas
vai chegar
e  eu não vou estar mais aqui

Posso ter encontrado
um outro pierrô
ou mesmo ter achado
a bailarina que estava perdida
dentro de mim mesma

O Carnaval sempre acaba
a quarta-feira de cinzas
sempre chega
acredite

o sol,
a praia,
a cerveja gelada,
confetes e serpentinas
serão trocadas por
uma camisa social,
um metrô lotado
uma chefe ensandecida

E nos seus finais de domingo
Nos seus momentos de sobriedade
Você vai procurar a sua bailarina
Aquela que você jurou
amor eterno
por todos os carnavais.


(escrito por Bruna Lugarinho)

2 comentários:

  1. Este não ano vai ser,
    Igual aquele que passou,
    Eu não brinquei,
    Você também não brincou,
    Aquela fantasia,
    Que eu comprei ficou guardada,
    E a sua também, ficou pendurada

    Mas este ano está combinado,
    Nós vamos brincar separados.

    Se acaso meu bloco,
    Encontrar o seu,
    Não tem problema,
    Ninguém morreu,
    São três dias de folia e brincadeira,
    Você pra lá e eu pra cá,
    Até quarta feira.

    Lá, lá, lá, lá, la, lá,
    Lá, lá, lá, lá, la, lá,
    Lá, lá, lá, lá, la, lá, lá, la, lá.


    (toda vez que leio esse texto eu lembro dessa marchinha rsrsrsrs)

    lá lá lá lá lá

    BE HAPPY!!!

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  2. Acabou nosso carnaval
    Ninguém ouve cantar canções
    Ninguém passa mais brincando feliz
    E nos corações
    Saudades e cinzas foi o que restou
    Pelas ruas o que se vê
    É uma gente que nem se vê
    Que nem se sorri
    Se beija e se abraça
    E sai caminhando
    Dançando e cantando cantigas de amor
    E no entanto é preciso cantar
    Mais que nunca é preciso cantar
    É preciso cantar e alegrar a cidade
    A tristeza que a gente tem
    Qualquer dia vai se acabar
    Todos vão sorrir
    Voltou a esperança
    É o povo que dança
    Contente da vida, feliz a cantar
    Porque são tantas coisas azuis
    E há tão grandes promessas de luz
    Tanto amor para amar de que a gente nem sabe
    Quem me dera viver pra ver
    E brincar outros carnavais
    Com a beleza dos velhos carnavais
    Que marchas tão lindas
    E o povo cantando seu canto de paz
    Seu canto de paz

    Marcha da quarta-feira de cinzas
    Carlos Lyra e Vinicius de Moraes

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