quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Castelo de Areia




O dia está nublado, e Amanda acordou se sentindo um dia frio, um dia triste,...
Seus olhos não negam a expressão que esta sentindo. Medo? Insegurança? Tristeza?
Acho que um pouco de tudo. Ela sente como se as palavras que lhe foram proferidas estivessem fincadas no seu peito como estacas, e essas mesmas palavras insistindo em soltar gemidos de dor como também risinhos sarcásticos,...
Ela pára, esquece o que ia fazer, olha para o telefone, o mesmo telefone que por tantas vezes tocou para ouvir a voz de quem ela ama dizendo coisas que tornavam o seu sorriso constante na sua face. Mas ele não toca, e ela não sabe se vai tocar novamente, e se tocar? O medo faz dela um ser frágil,...
A briga da noite anterior fez ela ter lágrimas como de uma criança, que perde seu equilíbrio, cai e se machuca.
O sono não veio, a insônia duelou com as lembranças, com as fotos que refletiam no feixe de luz que teimava entrar no quarto. As lembranças pareciam tão reais, a felicidade tão evidente, o sorriso tão sincero, será que esse tempo todo ela brincou com a sua imaginação e transformou o que era superficial em essencial. A cada lágrima que descia compulsivamente fez o seu castelo de areia ser destruído,..., se tornar algo para ser pisoteado e nunca mais lembrado.
O seu amor foi posto em prova, foi sumariamente apontado em erros e defeitos. E como todas às vezes acreditou que iria chorar tanto, que nunca mais ia conseguir viver, que nunca mais ia acordar,...
Amanda acordou.
Junto ao seu amanhecer invadido de dúvidas, a fina chuva caía no dia nublado como se fossem as lágrimas que nasciam do seu rosto enquanto ela dormia. Ela se sentiu perdida.
Tentou terminar as coisas que tinham pendentes do dia anterior, mas nada, nada a fazia enxergar com veracidade o rumo que os fatos tomaram.
No meio da dor, ela suplicou por inúmeras vezes para que ele não a deixasse, mas ao passar das horas desse dia tão cinza ela percebeu que ele podia ter razão. E que os sonhos viraram areia, e tanto ele quanto ela não tem certeza se valia a pena recomeçar um outro castelo tão frágil.
A areia esta úmida, não seria melhor deixar isso pra depois.



(escrito por Bruna Lugarinho)

4 comentários:

  1. nossa...ameeii!! descrição perfeita.....ao mesmo tempo que é triste....é lindoo as palavras...o sentimentoo!!

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  2. Adorei Bruna!! Fiquei com gostinho de quero mais!! Beijos querida!!

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  3. Nossa muito bem colocada as palavras, assim como os adjetivos e descrições. eloquente mesmo!!!!!

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