quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Uma noite de primavera


Ela se encontrava ali sentada no meio da sala, junto ao um cinzeiro lotado de guimbas de cigarro, uma garrafa de vinho pela metade e um leve pilequinho que a fazia ficar com um rubro encantador na face. Era uma noite de primavera, e a brisa fresquinha invadia a sala propiciando agradáveis conversas que invadiam as horas da noite.
Era ela e ele.
Ela não acreditava na cena que via, era como se ele tivesse saído dos seus sonhos e estivesse ali, materializado, sentado no chão da sua sala, fazendo-a rir,
Mal ele sabia que o riso tão feliz que brotava no rosto dela, não era pelas histórias mirabolantes que ele contava apenas para impressionar, era simplesmente por que ela amava-o de uma forma tão infantil, tão pura que não acreditava que pudesse ser feliz com tão pouco.
Ela olhava pra ele, querendo despi-lo, não as suas roupas, mas a sua alma desvendando os seus segredos mais íntimos, seus medos e suas inseguranças.
Era como se a cada taça que esvaziasse houvesse um brinde e o pedido fosse o mesmo para todos, aquela noite não podia terminar.
Era um amor de infância, um amor infantil, um amor platônico.
Ela sempre o amou em silêncio, e ele sempre a protegeu. A tratava como uma flor delicada, daquelas que se colocam no cabelo para enfeitar, nunca percebeu que ela havia desabrochado, e como ficava majestosa quando estava ao seu lado.
Pegaram umas fotografias antigas, relembraram momentos, sentimentos, brigas,...., e até o primeiro beijo. O coração dela disparou, não só lembrou, mas como também sentiu o toque dos lábios cada vez mais perto. Ela não sabe quantos segundos ficou ali,de olhos fechados e sonhando com o beijo, mas quando abriu os olhos quase num rompante o viu parado na janela, ele olhou para o relógio, ela sentiu um aperto no peito. Escutou o barulho do molho das chaves, e sua voz grossa dizendo que já era tarde e que era melhor ele ir.
Ela quase num ímpeto levantou bruscamente do chão, pensou em segurar as suas mãos, impedi-lo de ir embora mais vez, mas a sua coragem a traiu. Ela levantou como uma boa anfitriã e respeitosamente beijou a sua face.
A porta bateu, ele se foi, mais uma vez.
Terminou a sua garrafa de vinho sozinha, fumou mais uns três cigarros e cuidadosamente guardou as fotografias.
Quem sabe um dia...

(escrito por Bruna Lugarinho)

7 comentários:

  1. Você tem que mudar de profissão kakaka

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  2. lindo, minha amiga... visualizei as cenas, senti o que ela sentiu, o q vc sentiu... muito bonito. =)

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  3. oi lindinha, vi seu blog no twitter..

    adorei.. lindo o seu jardim

    vejo q está cuidando para q as borboletas venham


    bjinhus, flores e borboletas
    t seguindo
    Lelli

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  4. é, bruninha, lindo mesmo!!!
    fui ficando sem ar ao ler...

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Irmãzinha mais amada!! Adorei o texto!! Te amo!! Bjs

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  7. Bah Bruna!!!

    Esse cara não se tocou?? Putz que mané... kkkkk

    Adorei querida!!!

    Mais uma vez fiquei com gosto de quero mais!!!

    Beijos!!!

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