Renata hoje se olhou no espelho. Não que ela não se olhe no espelho, mas hoje ela viu o que ela evitava ver.
Ela viu as cicatrizes que o seu rosto esconde, aquelas que não aparecem sobre a pele, mas aquelas que só ela mesmo pode sentir ao toque dos dedos..
Ela tinha sonhos, hoje ela tem desilusões. Ela tinha uma família hoje ela tem parentes.
Ela tinha projetos, hoje ela tem lembranças. Ela sorria com o olhar e com a alma, hoje ela sorri com os lábios mais por educação do que qualquer outra coisa. Ela comia sem transtornos alimentares, hoje ela toma remédios para emagrecer. Ela bebia socialmente, hoje ela bebe pra esquecer. Ela se relacionava bem com as pessoas, hoje ela apenas cumprimenta-as. Ela acreditava que todos que estivessem por perto diariamente eram seus melhores amigos, hoje ela tem dúvidas em afirmar quem são. Ela acreditava no amor, hoje ela acredito na banalização dele. Ela não tinha medo de raios e trovões, hoje ela não suporta ouvir os estrondos, lhe causam aflição. Ela deitava e dormia noite inteira, hoje ela tem insônia. Ela não conhecia a palavra solidão, hoje ela a acompanha. Ela tinha a coluna reta e longínqua, hoje parece que a cabeça quer encontrar o chão. Ela adorava seus cabelos, hoje eles vivem presos num coque mal feito. Ela tinha adoração pelo sol, hoje ela quer se esconder dele.
Ela ficou horas se olhando no espelho, até as pernas ficarem cansadas, até o telefone despertar o transe em que ela havia entrado.
Ela olhou o nome no identificador de chamadas e jogou-o em cima da cama.
As pessoas irritam Renata ultimamente.
(escrito por Bruna Lugarinho)
Ela tinha sonhos, hoje ela tem desilusões. Ela tinha uma família hoje ela tem parentes.
Ela tinha projetos, hoje ela tem lembranças. Ela sorria com o olhar e com a alma, hoje ela sorri com os lábios mais por educação do que qualquer outra coisa. Ela comia sem transtornos alimentares, hoje ela toma remédios para emagrecer. Ela bebia socialmente, hoje ela bebe pra esquecer. Ela se relacionava bem com as pessoas, hoje ela apenas cumprimenta-as. Ela acreditava que todos que estivessem por perto diariamente eram seus melhores amigos, hoje ela tem dúvidas em afirmar quem são. Ela acreditava no amor, hoje ela acredito na banalização dele. Ela não tinha medo de raios e trovões, hoje ela não suporta ouvir os estrondos, lhe causam aflição. Ela deitava e dormia noite inteira, hoje ela tem insônia. Ela não conhecia a palavra solidão, hoje ela a acompanha. Ela tinha a coluna reta e longínqua, hoje parece que a cabeça quer encontrar o chão. Ela adorava seus cabelos, hoje eles vivem presos num coque mal feito. Ela tinha adoração pelo sol, hoje ela quer se esconder dele.
Ela ficou horas se olhando no espelho, até as pernas ficarem cansadas, até o telefone despertar o transe em que ela havia entrado.
Ela olhou o nome no identificador de chamadas e jogou-o em cima da cama.
As pessoas irritam Renata ultimamente.
(escrito por Bruna Lugarinho)
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